09 outubro 2013

OS FILHOS DA LIBERDADE

Mais um livro lido... um livro arrepiante, triste mas cheio de força, coragem e determinação para com a vida e para com tudo aquilo que acreditamos ser correcto e verdadeiro nesta vida: a LIBERDADE!

Para além de ser comovente, a história REAL aqui retratada é reconfortante ver que o ser humano tem capacidades sobre-humanas quando se trata da sua liberdade. Uma força inegualável existe dentro de cada um quando algo de muito importante nos é retirado e pelo qual se faz tudo para a sentir novamente, nem que para isso a morte seja a última hipótese. Deixo-vos um excerto que mexeu comigo durante esta forte leitura:

"- (...) Terás então de lhes pedir uma coisa da minha parte, dizer-lhes que isso representava muito para mim. É um pouco como se cumprissem uma promessa que o pai deles tivesse feito num passado que já não existe. Porque esse passado de guerra já não existirá, vais ver. Dir-lhes -ás que contem a nossa história no seu mundo livre. Que nos batemos por eles. Dir-lhes-ás ainda que essa subjugada à lei do mais forte. Dir-lhes-ás ainda que essa grande marafona gosta do amor dos homens e que sempre escapará aos que a querem aprisionar, que dará sempre a vitória ao que a respeite sem nunca esperar conservá-la na sua cama. Diz-lhes, Jeannot, diz-lhes que contem tudo isto da minha parte, com as suas próprias palavras, as da sua época. As minhas vêm apenas das entonações da minha terra, do sangue que tenho na boca e nas mãos.
- Pára Samuel, estás a esgotar-te para nada.
-Jeannot, faz-me essa promessa, jura-me que um dia irás amar. Eu teria gostado tanto de poder fazê-lo, tanto de poder amar! Promete-me que irás ter uma criança nos teus braços e, no primeiro olhar que lhe lançares, o olhar de pai, porás um pouco da minha liberdade. Assim, se o fizeres, algo de mim ficará nesta terra perdida.
Prometi e Samuel morreu ao nascer do dia. (...)"

No final do livro diz:

"(...) Debaixo desta terra de França, repousam os seus camaradas. Sempre que aqui, ou em qualquer outro lugar, oiço alguém exprimir as suas ideias no seio de um mundo livre penso neles. Recordo então que a palavra "Estrangeiro" é uma das mais belas promessas do mundo, uma promessa a cores, bela como a liberdade."


E vivam os filhos da liberdade!!!

Mais uma vez obrigada Carlinha 

1 comentário:

Unknown disse...

Sabia que ias gostar :)

Um beijo grande ♥