O meu corpo agita-se, no mais fundo de mim. A minha respiração acelera-se com desejo de estar em ti. Mas não estás só. Uma respiração incita a outra. Arquejamos os dois, enchendo-nos de energia.
Quero exprimir-me perante ti. Quero dizer-te tantas coisas, sem palavras... Cada gesto leva alguma coisa dentro de si. Não se interpreta, chega directamente ao coração. Não é preciso traduzi-lo. Comunicamos um com o outro através do mesmo idioma emocional. Contacto corporal, abraço longo e quente. Conversa apaixonada, reveladora do amor que transmitimos um ao outro.
Toco-te. Acaricias-me. A nossa sensibilidade aumenta o nosso vocabulário como se, em cada momento, nascessem para nós mais palavras para comunicar-mos um com o outro. Sensações que, antes, nem sequer podiamos imaginar. Sinto-te nos poros da minha pele, tão chegada a mim que quase não existe qualquer separação entre nós.
Com a imaginação desperta, vou elaborando sequências de situações. Aquilo que tu esperas, o que coincide com a ideia de amor que te comunico. E tu respondes-me com movimentos, dando uma viva reciprocidade á nossa conversa especial. "Amo-te" é o que me dizes a cada contacto. Sempre de maneira diferente.
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Seguros do nosso amor. O teu corpo e o meu sabem-no cada vez melhor: amam-se. E assim renovamos a nossa relação. O nosso amor necessita disso. Contacto fisico e expressão emocional, para conseguir que - para nós, enquanto par - "fazer amor" seja uma maneira real de viver a vida."
JOSÉ F. ZURITA