12 junho 2012

MÃE & FILHA

Depois do desafio dos livros que fiz no blogue do Our Special Moods, o DESTE dia mexeu comigo. Foi um livro que peguei diversas vezes para ler mas o tema em si mexia comigo. Não apenas pela vertente do EU como mãe, mas também do EU como filha que sou, e todos são. Mas lá ganhei coragem e hoje terminei. Fiquei com pele de galinha... mas isso sou eu pois a história tem MUITO a ver comigo e com a minha história pessoal. Para qualquer outra pessoa poderá nem dizer nada, e até ser um livro banal sem grande enredo. 


Aqui está uma parte que explica o porquê que este livro mexeu comigo... impressionante!

Toda a história em si tem muito para se aprender. A ligação que mãe e filha têm neste livro não é de forma alguma igual à que tenho com a minha mãe... bem longe disso! O giro aqui foi a filha, ter uma filha com o nome da minha filha... e ela era mesmo a "minha bebé"! Tinha muito para dizer neste tema mas, vou ficar-me por este belo excerto deste livro da Marianne Fredriksson:

"- Desculpe - disse ele - mas deve procurar entender que eu não confio nas palavras. Disponho apenas de um vocabulário limitado e tenho receio de o usar. É fácil distorcer a realidade por falarmos disto e daquilo, darmos opiniões.
- Mas como poderemos então lidar com a realidade? E onde está ela?
Ela reflectiu na pergunta. - A realidade está...na mente, antes do mais. Não ficamos a saber o que os nossos sentidos nos dizem.Vemos o Sol a nascer do mar, vermelho e esférico, e a Lua pairando como um círculo de prata no céu, à noite. Para as crianças, as estrelas reluzentes cintilam como se aludissem a um segredo partilhado. Depois há uma segunda realidade, aquela que ficamos a conhecer através do estudo. Aprendemos que o Sol é uma estrela ardente, e a Lua, um aglomerado de rochas que circunda o nosso planeta. E a nossa Terra não passa de um membro insignificante de um conjunto inacreditavelmente extenso de planetas num universo infinito.
- Achas que perdemos a sabedoria ao abraçarmos o conhecimento? Como T.S. Eliot afirma naquele seu poema... sabes qual é?
Katarina sorriu. Viktor Emmanuel voltou a reflectir antes de responder.
- Há uma terceira maneira de ver a realidade, uma maneira totalmente diferente.
- Queres dizer que a mística também nos fornece uma visão da realidade?
- Não gosto lá muito dessa palavra. O que eu quero dizer não tem nada a ver com a mística, algo escondido ou perdido nas brumas. É mais uma coisa que podemos aprender. E então esta ligação ao mundo torna-se uma... uma experiência intelectual!
Mãe e filha ficaram em silêncio enquanto tentavam perceber o que ele queria dizer com aquilo.
- Recordam-se da Linha? - perguntou-lhes Viktor.
- Quando a Katarina estava a pousar para ti e tu andavas pelos cabelos de desespero?
- Sim. A princípio vocês não conseguiam compreender de que andava eu à procura. Depois, quando a Katarina se levantou, a sombra dela projectou-se na parede atrás de si e lá estava a Linha...ou, pelo menos, inspirou fundo e disse que já percebia.
- Estás a querer dizer-me que eu estava em contacto com o terceiro nível de realidade?
Contudo, naquele momento Viktor levantou-se, agradeceu-lhes a refeição e deu-lhes as boas-noites. E acrescentou, com um ar comoventemente embaraçado, que não lhes devia prestar atenção, que falara demais."

Um livro para este meu pequenino Ser, muito comovente!

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