11 outubro 2010

NACIONALIDADES

Ontem, já muito tarde, estava eu a ver o programa da Tyra na Sic Mulher, onde o tema tratava de "Multi-Nacionalidades", ou seja, pessoas que tenham mais do que uma nacionalidade. Achei interessante o tema visto cá em casa existir casos desses...

No programa, (e como é normal de um programa Americano), a maior parte dos presentes e dos entrevistados eram (na sua grande maioria) afro-americanos ou então mistura de sul-americanos com africanos entre outros. Era, no fundo, uma grande conversa sobre "racismo", e digo isto porque havia uns que:
- ou não queiram ser idenficados como "africanos"
- outros não queriam ter nada a ver com o lado da "mãe" que era sul americana
- ou mesmo outros que detestavam que lhes chamassem de "brancos".

Uma coisa por demais, visto eu me ter apercebido que TODOS sem excepção, tinham alguma vergonha das suas raízes, e com isto posso considerar que TODOS acabam por ser racistas consigo próprios. E isso é uma tristeza... Ouvir da boca de um filho, por exemplo, onde a mãe de origem Argentina e o pai Africano, dizer para o mundo (frente às câmaras) que quer ser identificado como Africano e de ficar magoado quando lhe dizem que ele é sul-americano... isto corta o coração de qualquer pai/mãe.

As origens de uma pessoa são importantes para quem SOMOS. E disso não se deve ter vergonha do mesmo. Eu mesma tenho origens africanas, os meus pais nasceram em Angola, eu mesma nasci em Angola, e sou branca. Mas não tenho vergonha de dizer que sou "africana", pelo contrário, tenho MUITO ORGULHO! E há ainda quem me pergunte se não tenho nenhuma costela de chinesa, visto eu ter os olhos rasgados... vai-se lá saber...

Os meus filhos, nasceram na Bélgica (com um pai Belga) e tendo eu como mãe nascida em África com nacionalidade Portuguesa (e agora com a Belga também), apenas têm a ganhar com tantas nacionalidades. E eles sabem disso... abrem-se muitas portas, ao contrário do que muita gente possa pensar. Isto, a meu ver, apenas nos liga mais ao mundo em que vivemos: o NOSSO MUNDO!

Uma casa cheia de nacionalidades, até porque tenho familia em muitas partes do mundo: tios brasileiros, outros americanos, primos ingleses... é uma alegria!
Somos UM MUNDO... O MUNDO!

1 comentário:

Brisa disse...

É algo que tento transmitir ao meu filho sempre que surge alguma oportunidade; o respeito pela diferença e pela diversidade. Que uma pessoa numa cadeira de rodas, uma preta ou uma careca têm como ponto comum serem pessoas e que é isso que é importante. Não vi esse programa da Tyra, mas pelo que contas essa espécie de "racismo" será apenas uma baixíssima auto-estima e falta de auto-identificação. Não deve ser fácil ser-se um cidadão do mundo perto de gente cujas origens são mais lineares (pai e mãe da mesma cor e nacionalidade), mas na idade adulta já se exige uma certa aprendizagem...